
Cláudia Maris Ferreira1
Armando Urenha Júnior2
Em 1953 a Rana catesbiana popularmente
conhecida como rã touro, foi introduzida no Brasil. Atualmente podemos
dizer que a rã touro é a única espécie utilizada pelos ranários
comerciais brasileiros. Ela é a melhor rã para a criação intensiva e
adaptou-se perfeitamente as nossas condições geoclimáticas.
As principais perguntas que os produtores e interessados na área costumam
fazer, além das referentes a assuntos técnicos são: Como anda a
ranicultura no Brasil? O que é preciso fazer para abrir um ranário ? Como
está o comércio ? Há mercado no exterior ? Existe alguma associação de
classe ? E os subprodutos ?
Como toda atividade agrícola no País, a ranicultura requer dedicação do
produtor, técnica e paciência para obter o retorno financeiro. Criar rãs
não é e nunca foi fácil. Não temos ainda melhoramento genético, a área
de nutrição e patologia necessita de mais pesquisas e a atividade como um
todo de profissionais competentes que possam assegurar uma boa assistência
técnica aos ranicultores. A área média recomendada para a implantação
de um ranário rentável comercialmente varia entre 500 e 700 m2.
Com esse projeto o ranicultor pode atingir uma produção anual de 2.000kg
de carne. Recomenda-se água de boa qualidade preferencialmente de mina ou
poço. O custo de implantação médio no Estado de São Paulo varia entre
R$ 30,00 a R$ 50,00/ m2 de área construída. O custo de produção
médio é de aproximadamente R$ 5,00/ kg de carne e o preço médio no
atacado em São Paulo gira em torno de R$ 9,00 a R$ 13,00/ kg de
carne.
Praticamente toda a produção brasileira é absorvida pelo mercado interno,
mas o Brasil possui condições de conquistar grande espaço no mercado
externo, porém, necessita preparar-se para tal. Existem também novos
nichos de mercado interno a serem conquistados. Hoje o Brasil conta com
aproximadamente 600 ranários implantados, 15 indústrias de abate e
processamento, 6 associações estaduais de ranicultores e 4 cooperativas.
Quanto aos subprodutos podemos dizer que praticamente o ranicultor ganha
dinheiro hoje apenas com a venda da carne. As vísceras e a pele são quase
que em sua totalidade descartadas. Existe tecnologia para curtimento da
pele, mas não há indústria que faça isso em escala comercial.
O Brasil está na vanguarda da criação de rãs em cativeiro. Entretanto, a
atividade precisa ainda de alguns ajustes, como o incentivo governamental
(fiscal e financeiro), maior atenção dos órgãos públicos, aumento e
aceleração do número de pesquisas, bons técnicos e produtores dispostos
a encarar esse ramo com maior profissionalismo.
.
Fonte: LIMA, S.S.; CRUZ, T.A.; MOURA,
0.M. 1999. Ranicultura: Análise da cadeia produtiva. Ed. Folha de Viçosa,
Viçosa, 172 p.
(1) Pesquisadoar Científica - Instituto
de Pesca CPAqui / APTA/ SAA
(2) Zootecnista - Estagiário do Instituto de Pesca CPAqui / APTA/ SAA
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